- Por Celso Argolo, bancário e dirigente sindical *
Elaborar relatórios é muito fácil, só é dizer o que querem. O importante é não perder os recursos, os resultados sociais ficam em segundo plano. Quem fiscalizará? A Sesab? Como?
Desde a descentralização e a extinção da FUNASA e a transferência dos serviços para os municípios um dia esta bomba iria estourar. Os recursos são repassados e o município desenvolve as ações, ficando difícil para a União fiscalizar a todos, restando apenas a confiança e a capacidade de cada cidadão acompanhar, o que também é difícil…
Outro fato que nos chamou atenção foi a vinda da Coordenadora Epidemiológica do Estado, Dra. Alcina Andrade, que raramente se desloca aos municípios, só em caso de extrema necessidade. Também está aqui em Jequié, juntamente com Dr. Ricardo, o representante da Defesa Civil do Estado, Sr. Antonio Rodrigues. Este foi realista dizendo que devemos nos preocupar porque esta não é uma situação comum, e a sua vinda é um sinal de que a real situação não é nada boa para a população jequieense.
Houve negligência da SMS sim, sobretudo, por manter apenas 53 Agentes de Endemias até o ano passado só agora que está com 153 para fazer todo o trabalho de endemias, número aquém das necessidades e urgência que o quadro requer. Foram também substituídas as enfermeiras coordenadoras dos PSF’s, preparadas e experientes, por enfermeiras recém-formadas, além das várias substituições na coordenação da vigilância epidemiológica da SMS. Certamente todas estas medidas equivocadas contribuíram para que esta situação se agravasse.
No município, temos pessoas competentes, a exemplos do Sr. Rafael e Adolfo, da FUNASA, da enfermeira Eliene Galvão, do quadro da secretaria que poderiam estar contribuindo com as ações de combate à dengue. Porém, a auto-suficiência e as questões políticas não permitem que estas pessoas possam, de forma efetiva e direta, desenvolver as atividades. Enquanto isto, algumas pessoas já morreram e outras tantas podem vir a óbito por conta desses caprichos.
Sabemos que não é hora de procurar culpados, afinal, encontrando o culpado não acabaremos com o mosquito. Todavia, devemos acabar com o mosquito, sem perder de vista a necessidade de responsabilizar os culpados e puní-los.
*Celso Argolo - bancário, dirigente sindical, Bel. Ciências Contábeis, diretor da FEEB-BA/SE e Coord. do Fórum Sindical de Jequié. [Fonte GICULT]
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