No âmbito da filosofia, em especial, da filosofia da moral (ética) a teoria da virtude tem uma importância capital. No entanto, o conceito que se tem da mesma não é unívoco entre os filósofos. Entre os problemas relacionados a este tema, dois se destacam: o primeiro diz respeito a sua definição conceitual (o que é a virtude?) e o segundo refere-se ao modo pelo qual a virtude se efetiva nos seres humanos (a virtude é inata ou adquirida?).
Dentre os pensadores que se ocuparam com o tema da virtude, Platão e Aristóteles ocupam um lugar especial. Platão, não apenas no seu diálogo intitulado Protágoras, mas também no Mênon, toma como objetivo primordial investigar o âmbito da virtude, especificamente, partindo do ponto em que abre o diálogo Mênon: a virtude é algo que se dá por meio da prática ou é passível de ser ensinada ou, ainda, ela se dá no homem de forma natural?
Já Aristóteles, em sua obra Ética a Nicômaco, busca investigar as questões acerca da virtude, estabelecendo que a virtude se divide em duas espécies: a virtude intelectual (prudência, sabedoria, inteligência, ciência e arte) e a virtude moral (coragem, justiça, temperança, etc.). Através da análise de Platão, o que obtemos é que o conhecimento que engloba a virtude não é suscetível de ser ensinado por terceiros, ou seja, é algo que não provém do exterior e sim surge do interior do próprio sujeito; isto significa que a virtude não é um conhecimento que pode ser “depositado” no sujeito, mas é a partir do próprio sujeito que tal conhecimento deve surgir, o que se torna possível através do auxílio daqueles que já possuem o conhecimento do que se entende por virtude. Já a partir da perspectiva de Aristóteles a virtude moral também não é passível de ser ensinada, mas podemos adquiri-la através do hábito, que cria uma segunda natureza, isto é, é graças à prática de atos justos que se obtém o homem justo, assim como o homem temperante é resultado dos atos temperantes; em outras palavras, sem tal prática o homem não possuiria nem a possibilidade de tornar-se bom. É o hábito que acaba por gerar uma disposição de caráter, ou seja, não é através do ensino que adquirimos a virtude e sim pela prática reiterada de ações virtuosas; do ensino se originam, apenas, as virtudes intelectuais. - Daniel Huppes
Dentre os pensadores que se ocuparam com o tema da virtude, Platão e Aristóteles ocupam um lugar especial. Platão, não apenas no seu diálogo intitulado Protágoras, mas também no Mênon, toma como objetivo primordial investigar o âmbito da virtude, especificamente, partindo do ponto em que abre o diálogo Mênon: a virtude é algo que se dá por meio da prática ou é passível de ser ensinada ou, ainda, ela se dá no homem de forma natural?
Já Aristóteles, em sua obra Ética a Nicômaco, busca investigar as questões acerca da virtude, estabelecendo que a virtude se divide em duas espécies: a virtude intelectual (prudência, sabedoria, inteligência, ciência e arte) e a virtude moral (coragem, justiça, temperança, etc.). Através da análise de Platão, o que obtemos é que o conhecimento que engloba a virtude não é suscetível de ser ensinado por terceiros, ou seja, é algo que não provém do exterior e sim surge do interior do próprio sujeito; isto significa que a virtude não é um conhecimento que pode ser “depositado” no sujeito, mas é a partir do próprio sujeito que tal conhecimento deve surgir, o que se torna possível através do auxílio daqueles que já possuem o conhecimento do que se entende por virtude. Já a partir da perspectiva de Aristóteles a virtude moral também não é passível de ser ensinada, mas podemos adquiri-la através do hábito, que cria uma segunda natureza, isto é, é graças à prática de atos justos que se obtém o homem justo, assim como o homem temperante é resultado dos atos temperantes; em outras palavras, sem tal prática o homem não possuiria nem a possibilidade de tornar-se bom. É o hábito que acaba por gerar uma disposição de caráter, ou seja, não é através do ensino que adquirimos a virtude e sim pela prática reiterada de ações virtuosas; do ensino se originam, apenas, as virtudes intelectuais. - Daniel Huppes
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