O “livro sagrado” – a Bíblia, começou a ter sua sopa “multicultural” no papel, por volta do ano 10 a.C. em algum lugar do oriente, após o reinado do tarado Davi que teria unificado suas tribos num mini reino muito frágil possivelmente no ano 1000 a.C.. Essa história de magia e fantasia foi escrita, reescrita, rasurada, compilada, contada e recontada até o surgimento do dito Messias, aquele que salvaria a raça de ‘pervertidos’ que seu pai havia se arrependido de criar e tentado destruir a alguns milênios atrás, usando o pinguço Noé para reorganizar o Caos.
No período que Jesus esteve por aqui, existiam centenas ou milhares de outros profetas como ele, fazendo tantos milagres quanto, mas não geravam ameaça alguma para o estado organizado que existia - Roma. Qualquer movimento era contido rapidamente e eliminados seus adeptos quando preciso, até com a morte se necessário. O poder político da época não estava nem aí pra mais esta representação de fé que existia, pois o paganismo – profissão de fé existente até os dias de hoje, era a religião do estado que mantinha o povo num foco para manter o controle.
Quando Jesus apareceu, foi um problema para os líderes judeus, que utilizavam aqueles escritos de ‘neverland’ tidos como sagrados. Ele como o Messias dos escritos de “Narnia”, acabaria com a boémia dos sacerdotes e sumo-sacerdotes que, como verdadeiros políticos, viviam da exploração dos plebeus.
Aí a estória começa a ficar legal. Como Jesus acabou com a festa, o jeito era pôr o rebelde no “pau de arara” e encerrar o assunto, senão os cofres públicos iriam entrar em decadência, já que o indivíduo pregava a abstenção à riqueza! Mas como ele não tinha cometido nenhuma transgressão legal contra as leis de Roma, e os judeus não tinham permissão de aplicação de leis secundárias contra a vida, os líderes precisavam encontrar um jeito de ferrar o profeta Jesus. Tentaram de todo jeito, e Pilatos - o representante de Roma, nem O quis punir por não encontrar nenhum motivo. Mas os carrascos judeus, verdadeiros políticos “brasileiros”, tinham a solução:
Barrabás! Aí sim, Jesus dançou. A cruz era seu único caminho.
Só que o tiro saiu pela culatra. A morte que deveria ser um fim, tornou-se o inicio da decadência dos sacerdotes e seus puxa-sacos politiqueiros do deserto.
De ponga na crise que os imbecis iniciaram contra si mesmos (os sacerdotes), os fariseus remanescentes da diáspora, inimigos dos ditos santos, se reuniram por volta do ano 70 d.C. em um Sínodo na cidade de Jâmnia no intuito de definirem quais seriam os livros que eles teriam como “divinamente inspirados”. Tiveram como critérios serem livros de Israel no idioma original: hebraico e aramaico e terem sido escritos até a época de Esdras, eliminando assim obras como as de Tobias, Macabeus, Eclesiástico, Sabedoria, Baruc, Judite... Foram ainda eliminadas as seções gregas dos livros de Daniel e de Ester.
Por volta do ano 90 d.C. a briga ainda estava em alta, e os Rabinos rejeitaram este concílio de Jâmnia e trouxeram de volta os livros deuterocanônicos que haviam sido deixados de fora. Até então, este “livro sagrado” e diversificado, conhecido como Septuaginta, ainda não tinha obras gregas apesar de estar traduzido para o grego desde o ano 200 a.C..
Até o momento, essa briguinha de Rabinos não afetava em nada a religião oficial: o Paganismo ou o Mitraísmo que o antecedeu. Mas com o passar do tempo, o cristianismo ganhou força no Estado e chegou a “conquistar” um adepto importante: Um imperador romano !!! – Vale lembrar que antes da sua conversão, até o jovem imperador Constantino tinha o ‘Sol Invicto’ como a sua cunhagem oficial!
Ops, agora o Estado estava em conflito! Como impor uma religião nova sobre um sistema oficial que esteve invicto por tantos anos e acabar com os circos romanos que era a diversão da nação regente em sua época!?
Simples: FUNDINDO IDEIAS. As pessoas com ideias comuns se juntam e “comungam”! **
A primeira tentativa aconteceu em 325 d.C., na cidade de Nicéia, onde vários bispos cristãos se reuniram sob o comando do imperador recém convertido. O concílio tinha o objetivo de obter um consenso da igreja para representar toda a cristantade, já que agora, sob o comando de um imperador “cristão”, eles não seriam mais perseguidos!
Eles definiram questões como Jesus, Deus, Páscoa, entre outros temas, mas o principal feito foi a promulgação da lei canônica e o inicio da construção do Credo de Niceno, que tem o objetivo de agir como um “critério de crença correta”. Até então, esse “critério” apontava para o Paganismo, agora com o líder máximo do reino convertido ao cristianismo, a nova “crença correta” adotada pelo estado passaria a ser o Cristianismo, claro.
Mas seria um problema converter toda uma nação. Então, o livro sagrado do cristianismo deveria contar com critérios que, de certa forma sutil, trouxesse os pagãos para o outro lado sem gerar mais conflitos. E isso é política, e nenhum líder de qualquer nação que seja, quer conflitos além do que for necessário.
Eles tiveram que realizar outros vários concílios e foram ajustando os parâmetros para o cristianismo se parecer com as crenças mitraicas, como a troca oficial do sábado – dia sagrado dos cristãos, para o domingo - o dia do sol, o dia sagrado dos pagãos. Outro detalhe era inserir o dia do aniversário do sol no cânon sagrado, fazendo Jesus nascer em pleno inverno asiático. Para ver outras mudanças e paralelismos, estude o mitraísmo e seus cultos sagrados.
Bom, mas ainda faltava a ‘menina dos olhos’, já que Jesus não era mais uma profecia, mas havia se tornado uma realidade. Então chegava a hora de acoplar ao Velho Testamento um Novo Testamento, contando a história não do que seria, mas do que foi o Messias sobre a terra. Esse não foi um problema muito grande, já que era unanimidade entre os cristãos a crença na inspiração de pelo menos 19 cartas de Paulo, João, os Evangelhos, Atos, etc, e os critérios já haviam sido definidos no século I, onde os autores deveriam ter sido testemunhas oculares de Cristo ou estritamente relacionados às testemunhas, mas somente em 367 d.C. Anastásio finalizaria o pacote para o Novo Testamento com seus 27 livros sob a ordem do então Papa. As cartas de Pedro, Tiago, Judas só apareceriam como sagradas nesta data.
A Igreja Católica levou quase 400 anos para definir os livros do Novo Testamento, mas deixou centenas de evangelhos apócrifos e outras centenas de escritos que não colocaram na Bíblia como os Evangelhos de Pedro e de Nicodemos, etc, pois estes contradiziam as mudanças efetuadas para aproximar o cristianismo do mitraísmo e tornar a Igreja Apostólica em Igreja Católica Apóstolica Romana. Mudança bem sutil de Igreja de Apóstolos para a Igreja de Roma. A união com o estado estava firmada.
Vale lembrar que a predominância era a ‘tradição apostólica’, pois reproduzir uma obra naquela época era muito caro e quase ninguém sabia ler. Por tanto, o que se dissesse seria tido como verdade absoluta. Então a igreja, agora com o poder do estado, pôde mudar a história a seu favor, o que a levou a cometer atrocidades sem precedentes.
Mas mesmo assim a confusão no cristianismo predomina, e uma prova clara disso são a quantidade de placas que surgem sob bandeiras ideológicas diferentes como Evangélicos, Católicos, Ortodoxos, Pentecostais, Neopentecostais, etc, todos possuindo uma verdade absoluta retirada de uma mesma obra: A Bíblia. Todos levando ao mesmo céu, já que todos teem a tal verdade.
Então tento entender como, um único livro consegue criar tanta confusão e gerar mais de 10.000* caminhos diferentes levando para um mesmo lugar!?
Lamentável.
Nota: Tenho mais de 10 anos sem estudar religião, então se houver algum detalhe com datas ou nomes, me perdoem, pois é um tema que tenho deixado na gaveta.
* - Essa estatística é baseada na pesquisa oficial, bem abaixo da realidade, já que só em Jequié temos mais de 150 novas placas registradas todo ano, e destas permanecem firmes ao menos 50 novas igrejas todo ano.
** - Pessoas que se juntam e comungam com ideias diferentes são pessoas falsas e hipócritas, pois ninguém quer conviver com os extremos.
** - Pessoas que se juntam e comungam com ideias diferentes são pessoas falsas e hipócritas, pois ninguém quer conviver com os extremos.
- As imagens apresentadas aqui foram coletadas na internet.
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