O carnaval é uma festa gigante pela própria natureza. Não há nenhum evento, genuinamente brasileiro, que requeira mais gente e mais recursos e que atraia e envolva mais gente, ganhos e perdas, que o carnaval. Os ganhos são facilmente computados pelos órgãos oficiais, que o promovem. Estes ganhos são todos de sucesso e felicidade. Entretanto, há outra versão nesta história e é aí onde está o contexto não admitido pelas autoridades: os efeitos colaterais, que deixam um rastro de destruição, dor e sofrimento. Perdas são inevitáveis e mais preocupantes nas estimativas de quem está fora da sua organização e participação. As pessoas que organizam o carnaval, não conseguem incluir em suas perspectivas e orçamentos, as perdas que são inerentes ao evento. ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador, anunciou que haverá um lucro de 50 milhões de reais no carnaval deste ano e que só a Prefeitura lucrará 10 milhões de reais. Mas ele comete o erro de todos os demais gestores, que nunca admitem e nem planejam os custos dos óbitos, dentes e ossos quebrados, equipamentos públicos danificados, gravidez precoce, ou indesejada; acidentes de trânsito, infecção de DSTÁids, roubos, estupros, assaltos, arrombamentos em estabelecimentos residenciais e comerciais, e desagregação familiar. Estas são perdas nunca previstas e consideradas. São como sujeira empurrada para debaixo do tapete em palacetes. E tudo acontece diante da insensibilidade de todos. Exceção para os familiares e pessoas, direta, ou indiretamente, envolvidas, nas perdas de um carnaval sem sucesso e sem felicidade. - Fonte
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