terça-feira, 17 de abril de 2018

Brasil consegue afundar mais ainda o fundo do poço


Os programas sociais brasileiros se mostraram ineficazes, a prova disso é que o Brasil está entre os cinco países mais desiguais, diz estudo de centro da ONU, após descobrir que dados apresentados nos últimos 10 anos foram maquiados, como sempre. 1% dos mais ricos do Brasil concentra 23% do total da renda do país, nível bem acima da média internacional, mesmo depois de 14 anos de PT, representando a esquerda salvadora.

Somos um dos países com maior número de bandidos no poder. TODOS os nossos presidentes democráticos estão envolvidos em desvio de recursos, e isso é uma vergonha. O montante roubado pelos nossos políticos, daria para sustentar toda a nossa nação por anos. E estamos falando só do que se sabe até o momento! O país não é só administrado por bandidos, mas a nossa vida é regida por bandidos em todo o território nacional, pois nem eu e nem você como cidadão andamos em total paz nas ruas de nossas cidades, nem ousamos dormir com portas abertas. Mesmo morando no centro da cidade, preciso pagar bandidos dominantes para evitar ser roubado em meu trabalho.Vivemos sob o regime de bandidos, seja em nossa rua, nosso bairro, nossa cidade, estado ou país.

Nossa educação afundou tanto no poço que perdemos todas as posições elogiáveis que conquistamos a duros passos. Hoje mais vale um pedaço de papel na parede do que o conhecimento de fato. Temos um monte de analfabeto acadêmico lotando as academias intelectuais da vida. Nossos professores deixaram de ser educadores para serem politiqueiros, defendendo suas ideologias na educação forçada de nossos adolescentes, quando deveriam focar cada segundo em passar o conhecimento ao qual foram destinados. Vi isso na história de Hitler, Mussolini, etc.

Nosso sistema de saúde está carcomido e desumanizado, tornando uma simples gripe em qualquer um de nós em um pesadelo de terror se vamos ou não garantir nossa saúde de volta, já que além de podermos cair em mãos de ignorantes acadêmicos ou mesmo por falta de um mínimo de recursos para o atendimento, mesmo pagando um dos mais altos percentuais de nossos ganhos em impostos.

Os bens do Brasil estão sendo corroídos por ratos escrotos a exemplo da Petrobras que quase vai à falência, assim como outras estatais corroídas de igual modo.

Então se conseguirmos afundar mais do que isso, realmente merecemos uma ditadura de verdade, não esse militarismo que tivemos onde as casas funcionavam e poucos direitos foram retirados.

Qualquer democracia sem controle, vira anarquia. Toda democracia tem que ser regida por leis e leis severas, e é preciso um mínimo de censura para se manter uma nação em ordem. Muita liberdade com mentes tão diferentes leva ao caos. A não ser que prefira o caos.

Wagner Miranda

Os dados podem ser encontrados no site das nacoesunidas.org

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Lula é desmascarado pela ONU. Estudo comprova uma década e meia de mentiras do PT


O ex-presidente Lula e os representantes do PT foram desmentidos por um dos mais profundos estudos sobre a pobreza no Brasil entre os anos de 2010 e 2014. Os indicadores apontam que durante os governos do PT de Lula e Dilma, nada se avançou no combate a desigualdade social no país ao longo de toda a era PT. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 22.

 O Radar IDHM, índice que compara as tendências de crescimento dos indicadores sociais na década de 2000 a 2010 e no período de 2011 a 2014. O estudo comprova que o Brasil perdeu a batalha para redução da desigualdade nos primeiros quatro anos desta década. Estudo feito pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro.

A conclusão foi a de que o Brasil não conseguiu, em 14 anos, diminuir o fosso entre ricos e pobres. O estudo comprova que o discurso de Lula e dos integrantes do PT é meramente uma peça de marketing, enquanto os mais pobres continuam a sentir na pele o drama da pobreza e da desigualdade social.

Se comparado a outros países como México, Chile e Colômbia, a conclusão é a de que o povo brasileiro regrediu nas conquistas econômicas e sociais entre o período e que os avanços foram maiores no estudo anterior aos governos do PT.

Outro aspecto que chama a atenção é que o estudo foi realizado durante o período de maior prosperidade dos governos petistas. Os danos na economia causados pela corrupção na Petrobras começaram a ser sentidos justamente após o ano de 2014, o último avaliado na pesquisa. De lá para cá, mais de 12 milhões de brasileiros ficaram sem emprego, o que significa que o fosso que separa os pobres dos ricos aumentou, enquanto a renda das famílias diminuiu ainda mais.

Entre 2000 e 2010, anos dos dois mandatos de Lula, o  Índice de Gini, que mede o nível de desigualdade, aponta que o Brasil teve uma redução da pobreza de 0,6% de 2000 a 2010, mesma proporção identificada para o período de  2011 a 2014. O valor foi considerado inexpressivo pelos especialistas, considerando que mesmo países em guerra tiveram evolução bem maior.

As políticas de transferência de renda e de valorização do salário mínimo alegadas por Lula e Dilma não foram suficientes para mudar de forma significativa a distância dos mais pobres para os mais ricos. As projeções mostram que a desigualdade no Brasil é tão intensa que, mesmo quando a renda do pobre cresce o dobro em relação ao crescimento dos rendimentos dos mais ricos, o impacto na desigualdade ainda não é imediato.

“A desigualdade continua sendo um desafio para o Brasil. A gente consegue aliviar a pobreza, tirar as pessoas da situação de extrema pobreza, mas as pessoas que ganham mais continuam ganhando mais ainda. Então, o fosso da desigualdade continua numa tendência bastante estável”, explica Andréa Bolzon, coordenadora do relatório de Desenvolvimento Humano Nacional do Pnud no Brasil.

O estudo não traz detalhes sobre as causas das mudanças nos indicadores sociais, mas para o Pnud, a desigualdade leva em consideração não somente a diferença de renda, mas também disparidades territoriais, de gênero e raça.

Tanto Radar IDHM como o IDHM são compostos por três indicadores de desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda. O índice varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano. São cinco classificações: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto.

Outra mentira de Lula e do PT. Autores do trabalho mostraram-se especialmente preocupados com o desempenho na área da educação. "Esse é o grande gargalo", constata Andrea. O documento chama a atenção, por exemplo, para a estagnação no porcentual de pessoas com 18 anos ou mais que apresentem ensino fundamental completo. Em 2011, representavam 60,1% do total. Em 2014, eram 61,8%.

De acordo com os estudos, os avanços sociais obtidos pelos mais pobres durante a era PT foram inferiores aos observados no país durante as décadas de 60, 70, 80 e 90. Já para os mais ricos, as administrações petistas foram bastante positivas. Especialmente para os bancos, empreiteiras. 

domingo, 1 de abril de 2018

Escola tenta conter desesperados no trânsito em Jequié e prefeitura embarga


Jequié é uma cidade onde o trânsito beira o caos. A anarquia automotiva é lei do mais forte. O respeito às leis de trânsito é uma fantasia utópica desde os primórdios desta província indígena. Os líderes que por aqui passaram, sempre brincaram de governar e a sobrevivência da população é baseada nas migalhas que estes senhores feudais deixam cair. Como não havia de ser diferente, o atual rei da província só atende às necessidades que melhor lhes condiz e a população que se vire.

O trânsito aqui reflete não apenas os governantes em suas funções administrativas, mas principalmente o desespero dos empresários, comerciantes, pais, mães, idosos... de cada cidadão que doa seu sangue para que os politiqueiros desta cidade vivam o seu reinado, e nós, meros mortais que demos um jeito de vencer mais um dia.

Diante de tanta barbárie automotiva, estão os estudantes que, mesmo em suas escolas, ficam à mercê dos ignorantes e desesperados atrás dos volantes que por viverem em uma cidade sem ordem no trânsito, não respeitam nem mesmo as pequenas regras de boa convivência passando diante das escolas a 60, 80 até 100 km/h. Para conter os desesperados, precisaríamos de um órgão de trânsito que funcione, ou um controlador bárbaro como o redutor de velocidade que obrigaria o indivíduo a respeitar as leis à força.

Como não temos um órgão de trânsito que funcione a opção é solicitar a implantação bárbara do redutor, o que muitas escolas tem feito constantemente pelo temor de ver um ou vários de seus alunos envolvidos em uma tragédia anunciada. A Escola Bem Querer é um exemplo clássico desse descaso dos administradores políticos desta cidade. Seus professores vivem em constante alerta com seus alunos devido ao abandono do prefeito e ao caos gerado pelos condutores desesperados e atormentados que cruzam seu caminho. Da mesma forma a Escola Construindo o Futuro também fez solicitações via ofícios, abaixo-assinado, solicitações a vereadores, secretários e todos que poderiam resolver, porém deram as costas como respostas. Eu pessoalmente já fiz diversas solicitações como pai e como blogueiro. Além das solicitações, ambas as escolas já se propuseram a bancar os custos que deveriam ser do município, mas para resolverem o problema se propuseram a tirar do bolso os valores necessários só pedindo um especialista (se é que tem isso em Jequié!), mas o poder público, como sempre, inútil.


Em um ato desesperado de resolução, a Escola Construindo o Futuro tentou escrever um futuro melhor para seus alunos iniciando as obras de um redutor, mesmo sem a ajuda profissional dos nossos empregados públicos que só mandam por quatro anos, mas que se sentem reis e rainhas no poder e, após a ação privada, eles apareceram (finalmente) como num passe de mágica, mas não para ajudar na resolução do problema (não mesmo), mas para embargar a obra e colocar a escola no paredão de fuzilamento, rastreando cada pedacinho de papel da escola para achar um meio de acabar com o problema de vez: eliminando a escola que ameaça o reinado dos senhores feudais. Mas a escola está em dia com o reinado. Qual a solução então!? Esta é uma cena para o próximo capítulo.

Senhores políticos, vocês ganham e ganham muito bem para administrar a cidade, dando a seus cidadãos o mínimo necessário para termos uma vida digna, e isto deveria começar com nossos estudantes. Cuide das crianças e teremos adultos melhores, trate-os com descaso e teremos mais políticos ao invés de engenheiros, médicos, professores, enfermeiros, etc. Precisamos de homens e mulheres que saibam o que é moral e ética, não de mais políticos.

Resolvam o problema das escolas, já que não conseguem ou não querem resolver o problema do trânsito. As crianças podem não ser importantes para os políticos, pois não geram votos, mas os pais, os tios, os avós, os parentes das crianças votam, e nas próximas eleições teremos as redes sociais para não deixar o povo esquecer quem são os políticos e quem são os politiqueiros.

Parabéns à Escola Construindo o Futuro por estarem preocupados com o futuro de suas crianças. Lutar contra os senhores feudais sempre foi uma luta do povo.
- Wagner Miranda será 

O que é verdade e o que é invenção em 'O Mecanismo', a série da Netflix sobre a Lava Jato

André Shalders - @shaldim / Da BBC Brasil em São Paulo


Atenção: a reportagem contém "spoilers" (revelações sobre a trama).

A série Narcos, que foi ao ar em 2015, constrói seu enredo misturando elementos de verdade com outros de ficção. Os "mocinhos" de Narcos - dois agentes do Dea, o departamento de narcóticos dos EUA - existem na vida real e deram consultoria aos produtores da série. Agora, o cineasta brasileiro José Padilha - que participou de Narcos - repetiu o mesmo método em sua nova série na Netflix, O Mecanismo, uma ficção baseada em fatos reais da operação Lava Jato.

Em Narcos, a mistura de ficção com realidade não gerou protestos do público brasileiro. Mas com O Mecanismo foi diferente: simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT protestaram nas redes sociais pelo fato da série ter atribuído ao personagem João Higino, que representa o petista, uma frase que na vida real foi dita pelo senador Romero Jucá (MDB-RR). A frase é famosa: Jucá fala em "estancar a sangria" das investigações de corrupção da operação Lava Jato.

O Mecanismo é descrita por seus criadores como uma "obra de ficção inspirada livremente em eventos reais". "Personagens, situações e outros elementos foram adaptados para efeito dramático", diz uma tela que é repetida ao começo de cada episódio.

Entidades e empresas que existem no mundo real tiveram seus nomes trocados na série. O PT (Partido dos Trabalhadores), passa a chamar-se "PO" (Partido Operário); a Petrobras vira "Petrobrasil"; e a empreiteira Galvão Engenharia passa a chamar-se "Bueno Engenharia".

O mesmo acontece com os personagens. Em vários casos, os nomes foram pensados para ter semelhança com o de pessoas reais. Assim, a personagem que representa a ex-presidente Dilma Rousseff foi batizada de "Janete Ruscov"; Michel Temer vira "Samuel Thames", e a delegada Erika Marena é representada por "Verena Cardoni". O mesmo é verdade para os doleiros Alberto Youssef ("Roberto Ibrahim"), Carlos Habib Chater ("Chebab"), e Nelma Kodama ("Wilma Kitano").

Já o ex-ministro da Justiça e advogado Márcio Thomaz Bastos (1935-2014) aparece na série como "Mário Garcez Brito", ou "O Mago": o personagem é uma espécie de super-lobista e advogado defensor de empreiteiras encrencadas com a Justiça.

Na vida real a coisa é mais complexa: Thomaz Bastos realmente trabalhou para empreiteiras da Lava Jato no fim da vida, mas foi também o principal responsável pela reestruturação e aumento da capacidade da Polícia Federal ("Polícia Federativa", na série) durante sua passagem pelo Ministério da Justiça (2003-2007).

Em uma entrevista por escrito ao site Observatório do Cinema, publicada no último domingo, José Padilha disse que a polêmica em torno da frase sobre "estancar a sangria" é "boboca". "(...) A repetição do uso de uma expressão idiomática comum, como 'estancar a sangria', não guarda qualquer significado. (O ex-senador) Delcídio (do Amaral) usou a expressão 'acordo'. Se Higino falar 'acordo' ele é o Delcídio? O fato de o Jucá ter usado a expressão 'estancar a sangria' não a interdita", disse ele.

A reportagem procurou José Padilha por meio de sua assessoria, mas não houve resposta até o fechamento.

O que é verdade e o que é invenção na série de José Padilha? A reportagem da BBC Brasil explica como aconteceram na vida real alguns dos episódios retratados na produção da Netflix.

1. Lula falou sobre "estancar a sangria"? Falso
Na série dirigida por José Padilha, a frase é dita pelo personagem José Higino (que representa o ex-presidente Lula) ao "Mago", inspirado em Márcio Thomaz Bastos. O diálogo fictício ocorre em 2014, antes das eleições presidenciais. Mas a cena é fantasiosa.

Na vida real a frase foi dita pelo senador Romero Jucá (MDB-RR), ao ex-presidente da Transpetro e delator da Lava Jato, Sérgio Machado. A conversa foi gravada por Machado e entregue às autoridades como parte de seu acordo de delação. O período também é outro: o diálogo real ocorreu em março de 2015, já com Dilma Rousseff (PT) reeleita, e com alguns dos principais empreiteiros do país na cadeia.

Sérgio Machado diz a Jucá que o senador precisa encontrar algum jeito de evitar que seu caso "desça" para Curitiba, sob o juiz federal Sérgio Moro. Jucá: "(A solução) tem que ser política, advogado não encontra (...). Se é político, como é a política? Tem que resolver essa p****... Tem que mudar o governo para poder estancar essa sangria", diz ele, no áudio verdadeiro, captado antes do processo de impeachment que apeou Dilma da cadeira.


2. A prisão de Youssef em 2014 aconteceu daquele jeito mesmo? Verdadeiro, mas…
Na série, o doleiro Roberto Ibrahim aproveita-se de um descuido do agente "China" (que representa o policial federal aposentado Newton Ishii, o "Japonês da Federal") para pegar um jatinho no aeroporto de Congonhas (SP) e se mandar para Brasília.

O comando da PF no Paraná chega a interromper a operação, mas de repente a sorte dos protagonistas muda: Ibrahim (Youssef) reaparece no radar dos policiais, já na capital federal. O agente liga no hotel, e Ibrahim atende. Ele retorna a ligação e descobre que a chamada veio da PF - e deduz que seria preso.

Desconfiando da prisão iminente, o doleiro sobe até outro quarto do hotel e entrega uma mala de dinheiro a um comparsa que viajava com ele. "Vou ser preso amanhã. Faz o pagamento aí", diz, com calma.

A cena é real - inclusive a ligação para a PF e a mala de dinheiro. A diferença é que Ishii não deixou Youssef escapar e o doleiro tampouco estava em Brasília no momento da prisão.

Quando foi detido, Youssef estava no quarto nº 704 do Hotel Luzeiros, um dos mais requintados de São Luís (MA), com vista para o mar. Segundo o Ministério Público, a mala continha R$ 1,4 milhão em propina, vinda da empreiteira UTC, e que seria paga a um secretário do governo maranhense, na gestão de Roseana Sarney (MDB). A prisão ocorreu em 17 de março de 2014. A ex-governadora nega irregularidades.

3. O posto de gasolina de Yousseff realmente existe? Verdadeiro
Na série, o local é chamado de "Posto da Antena". Na vida real, o estabelecimento funciona até hoje - trata-se do Posto da Torre, localizado no Setor Hoteleiro Sul, ao lado da Torre de TV, um dos cartões-postais de Brasília. O empreendimento foi alvo da primeira fase da Lava Jato.

Além de 16 bombas de combustíveis, o Posto da Torre abrigava uma lanchonete especializada em kebab e uma casa de câmbio - além de um lava-jato. O estabelecimento era comandado por Carlos Habib Chater, sócio de Youssef. Na série, Chater é representado pelo personagem "Chebab". Na vida real, o posto também serviu para de inspiração para a delegada Erika Marena ("Verena Cardoni") cunhar o nome "Lava Jato" para a operação.

4. Youssef circulava pelo comitê de campanha de Dilma Rousseff? Falso
Logo no começo da série, o personagem Roberto Ibrahim (que representa o doleiro Alberto Youssef) aparece em uma cena dentro do comitê de campanha do "Partido Operário" - na vida real, o comitê de Dilma Rousseff (PT). "Você quer quanto? R$ 500 (mil) resolve, para esta semana?", pergunta o personagem a uma integrante do staff fictício. "R$ 600 (mil), meu amor. Para agora", responde ela.

Na vida real, esta cena jamais poderia ter acontecido: durante a campanha eleitoral de 2014, Alberto Youssef estava preso em Curitiba, no Paraná (ele foi detido na 1ª fase da Lava Jato, em 17 de março de 2014, e ficou na cadeia até 17 de novembro de 2016).

Entretanto, para o Ministério Público, há provas de que a campanha presidencial de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014 usou dinheiro proveniente do esquema de corrupção da Lava Jato. Em junho de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgou a questão - o relator do caso, ministro Herman Benjamin, concordou com a avaliação do Ministério Público, mas foi derrotado em plenário: por quatro votos a três, os ministros do TSE rejeitaram a cassação da chapa Dilma-Temer. PT e MDB negam ter usado dinheiro do crime para financiar a campanha.

5. O policial Marco Rufo existiu realmente e fuçou extratos no lixo? Não foi bem assim...
Assim como outras figuras da série, o policial Marco Rufo é baseado em uma pessoa real - neste caso, um ex-delegado da PF, hoje aposentado, chamado Gerson Machado. Assim como Rufo, Machado é de Londrina (PR). Esta é também a cidade natal de Alberto Youssef (na série, Roberto Ibrahim).

Assim como Rufo - o da ficção - Machado investigou Youssef, e disse ter sido acusado de "perseguição" pelo doleiro. Na vida real, Machado abriu um inquérito sobre o caso em 2008, anos antes da Lava Jato começar. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Machado disse em 2016 que foi afastado das investigações e depois "foi aposentado" precocemente, aos 49 anos de idade, em 2013. O afastamento o deixou deprimido.

Na série, porém, Marco Rufo conhece Ibrahim desde a infância; está na cola do doleiro desde o caso Banestado (na década de 1990), e sofre de transtorno bipolar. Além disso, vasculha o lixo do doleiro para tentar coletar provas e comete outros atos ilegais ao longo da série (como destruir a marretadas uma motocicleta de luxo dos investigados).

Na vida real, os investigadores da Lava Jato usam uma série de softwares de análise de dados, inclusive para fazer o cruzamento de informações financeiras obtidas com ordem judicial junto ao sistema financeiro nacional. Nunca coletaram nada no lixo dos investigados, até onde se sabe.

6. Youssef realmente foi preso e fez delação uma década antes da Lava Jato? Verdadeiro, mas…
Em 1969, o Banco Central do Brasil editou uma norma, a Carta Circular nº 5, com o objetivo de facilitar a vida de brasileiros vivendo no exterior. A norma criou um tipo de conta bancária - batizada de CC5 em referência à Circular do BC - que permitia depositar dinheiro em moeda estrangeira no Brasil e sacá-lo no exterior.

Entre 1996 e 2003, um grupo de doleiros utilizou as contas CC5 do Banco do Estado do Paraná, o antigo Banestado, para enviar cerca de US$ 30 bilhões para fora do país. Um deles era Alberto Youssef. Ele admitiu mais tarde que efetivamente pagou propina, em nome de empresas, aos dirigentes do Banestado, para facilitar empréstimos a essas empresas. O nome do banco batizou o escândalo.

Youssef fechou seu primeiro acordo de delação premiada em 2004 - o acordo foi homologado pelo juiz Sérgio Moro. Em 2014, na segunda prisão do doleiro, o mesmo juiz invalidou o acordo de 2004.

A história é contada de forma resumida pela série de José Padilha - inclusive com uma menção às contas CC5. Mas há pelo menos dois pontos que merecem reparos. Ao ser preso, Youssef diz que não vai ficar muito tempo preso, já que o seu advogado "é o ministro da Justiça". Naquela época, o ministro era Márcio Thomaz Bastos ("O Mago", na série). Bastos nunca defendeu Youssef. Além disso, a série deixa de mencionar o fato de o esquema ter começado a funcionar em 1996, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-43550506
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