Entenda os dados do Brasil
Nem sempre uma única estatística basta para divulgar um panorama exato da realidade. Na maioria das vezes, o procedimento mais comum é examinar diversos dados e estudos para compreender, de fato, o que está em jogo. Mas quem analisa o ranking de educação mundial se depara com um cenário preocupante: a amarga posição do Brasil diante de um tema tão importante.
Nem sempre uma única estatística basta para divulgar um panorama exato da realidade. Na maioria das vezes, o procedimento mais comum é examinar diversos dados e estudos para compreender, de fato, o que está em jogo. Mas quem analisa o ranking de educação mundial se depara com um cenário preocupante: a amarga posição do Brasil diante de um tema tão importante.
Apesar de desalentadora, a situação traz novas perspectivas para o futuro. Afinal, se há uma questão unânime nesse resultado é que o país precisa investir (e muito) em educação. Não basta acompanharmos os avanços da era digital e os desafios que ela nos apresenta — é preciso adquirir competências para navegar nesse mundo novo.
A seguir, apresentaremos os principais dados do Brasil no mais recente ranking de educação mundial, além de algumas observações para que essa realidade possa ser transformada o quanto antes.
O que é o Pisa?
Realizado a cada três anos, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) tem o objetivo de gerar indicadores que possam contribuir para a discussão da qualidade educacional nos países participantes. Assim, políticas de desenvolvimento para o ensino básico podem ser subsidiadas.
O programa também tem o propósito de verificar até que ponto as instituições públicas e particulares de cada nação estão preparando os alunos para exercerem corretamente seus papéis de cidadãos em nossa sociedade contemporânea.
Aspectos avaliados
As avaliações do Pisa buscam analisar o desempenho escolar dos países participantes em três aspectos principais: leitura, matemática e ciências. Porém, uma dessas áreas cognitivas recebe maior destaque a cada edição do programa.
Em 2000, por exemplo, o foco foi em leitura; em 2003, matemática e, por fim, ciências em 2006. Já em 2009, o Pisa iniciou um novo ciclo, tendo sua atenção voltada novamente à leitura. Em 2012, o foco foi matemática — e na última edição, no ano de 2015, a disciplina de ciências obteve maior ênfase entre as três áreas de conhecimento.
Indicadores contextuais
Além de observar as competências de cada matéria, o estudo coleta informações para a composição de indicadores contextuais que permitam relacionar o desempenho dos estudantes a variáveis educacionais, socioeconômicas e demográficas. Esses dados são obtidos por meio da aplicação de questionários específicos a escolas, professores e alunos.
Ao final da pesquisa, os resultados podem ser utilizados pelos governos dos países participantes como ferramenta na definição e otimização de políticas educativas. Isso permite uma formação mais efetiva e a participação ativa dos jovens na sociedade.
Qual a posição atual do Brasil no ranking mundial de educação?
Quando o assunto é avaliação educacional, o Pisa é uma referência mundial. Na última edição, a pesquisa analisou 70 países, incluindo o Brasil. Destes, 35 eram membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
A entidade reúne 30 nações e funciona como um fórum para a discussão de questões relacionadas ao desenvolvimento e à melhoria de políticas sociais ou econômicas. Os demais integrantes do estudo foram países conhecidos como economias parceiras, isto é, nações voluntárias do programa — como o Brasil.
23.141 estudantes brasileiros de todas as unidades da Federação participaram da avaliação. Divulgados no terceiro trimestre de 2016, os resultados não são muito animadores para o Brasil: 59º lugar em leitura, 63º em ciências e 65º em matemática.
Esses números foram formados a partir da avaliação em instituições de ensino públicas e particulares. Comparando com a edição de 2012, o desempenho dos estudantes brasileiros em leitura e ciências ficou praticamente estagnado. Já na área de matemática, os resultados do exame revelaram que o país diminuiu sua nota.
Desempenho obtido em cada área
Na disciplina de foco da edição (ciências), a média nacional dos estudantes foi 401 pontos. Esse índice mantém os alunos das escolas nacionais cerca de 100 pontos atrás da média dos demais países da OCDE.
Em leitura e matemática, os alunos brasileiros obtiveram as médias de 407 e 377 pontos, respectivamente. Com esses resultados considerados bastante preocupantes, é fundamental que o país invista em inovações e novas metodologias de ensino que permitam aperfeiçoar o processo de aprendizagem.
Como melhorar o desempenho brasileiro no ranking de educação mundial?
Que o Brasil ostenta inúmeros problemas relacionados à educação, todo mundo sabe. Dessa forma, o país precisa buscar maneiras mais efetivas de capacitar os estudantes que apresentam baixo desempenho, bem como alterar o modo como a educação é empregada e enxergada atualmente.
Algumas ações podem ser colocadas em prática com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino e os níveis educacionais do Brasil. Confira.
Soluções para maximizar o processo de aprendizagem
Mais do que apenas explicar o funcionamento de alguma ocorrência, é essencial desafiar os alunos a buscarem explicações para cada fenômeno. Assim, os professores devem investir em alternativas que possibilitem a maximização do processo de aprendizagem.
É preciso que os docentes apresentem questões e problemas aos estudantes, incentivando-os a utilizarem experimentos e procedimentos de pesquisa. Com essas ferramentas, é possível trabalhar todas as habilidades consideradas pelo Pisa como essenciais ao exercício da cidadania.
Uso de metodologias de ensino diferenciadas
No entanto, de nada adianta propor soluções para otimizar o aprendizado se as metodologias de ensino utilizadas continuarem ultrapassadas. Nesse contexto, o uso da tecnologia e de metodologias ativas é capaz de despertar a curiosidade do aluno, bem como incentivar uma maior participação nas atividades escolares.
Como exemplo, podemos citar a sala de aula invertida. A ideia é que o estudante absorva o conteúdo por meio do formato digital, isto é, quando chegar à sala presencial, ele já estará ciente do assunto que será desenvolvido. Eficiente e inovador, esse conceito proporciona processos, estruturas e ambientes mais adequados e atrativos à realidade do aluno.
Potencialização do ensino pré-escolar
O ensino pré-escolar tem papel importantíssimo durante a vida estudantil e acadêmica do aluno. Dessa forma, é preciso investir na potencialização do aprendizado desde os primeiros anos escolares, para que o estudante esteja apto a receber novos conhecimentos e, ainda, consiga absorver melhor os conteúdos visualizados nos próximos períodos.
Como você pôde ver, embora a posição atual do Brasil no ranking educação mundial não seja a ideal, é possível melhorar os resultados e a qualidade de ensino no país. Para tanto, é preciso que sociedade, governo e a comunidade acadêmica se mobilizem e busquem por soluções diferenciadas, eficientes e inovadoras, com o propósito de elevar o nível escolar.
Diego de Oliveira Pinto - 18/03/2019
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