terça-feira, 9 de setembro de 2008

CICLO EVOLUTIVO

Às vezes nos perguntamos como as coisas acontecem. A cadeia de eventos. “A” que leva a “B” que leva a “C” que leva a “Z”. Vivemos numa busca implacável sobre centenas de perguntas que não conseguimos responder, mas tomamos pequenas decisões diariamente que determinam o rumo do ciclo evolutivo de nossa existência, porém, essa busca nunca é saciada e supre a energia para continuar na defesa da raça humana. Mas de onde vem essa busca, essa necessidade de solucinar os mistérios da vida quando nem as mais simples perguntas podem ser respondidas? Mas basta um pequeno evento global como a queda das Torres Gêmeas para nos fazer perceber o quanto somos pequenos e insignificantes neste planeta e, mesmo assim, sendo uma espécie narcisista por natureza, colonizamos os quatro cantos do globo sem nem mesmo estarmos no topo da cadeia evolutiva. E dizem que o homem usa somente um décimo de seu poder cerebral e apenas outro por cento poderia significar uma maior semelhança com Deus. E estudos do genoma humano tem demonstrado que pequenas variações vem surgindo com uma frequência cada vez maior e com caracteristicas cada vez mais acentuadas nas novas gerações, tornando o ser humano mais eficiente em suas ações e mais capaz em suas decisões.

É uma pena que nos imaginamos como agentes de nosso próprio destino, capazes de determiná-lo, mas não temos realmente escolha de quando levantar ou de quando cair. O homem dominou o mundo, mas não domina o seu próprio destino. Podemos apenas escolher como reagir quando o chamado vier, esperando ter coragem para responder à altura. Porém, às vezes estas mudanças são drásticas e ofensivas levando certas espécies a migrar, a mudar o padrão, pois quando a evolução escolhe seus agentes, faz exigências em troca de singularidades, obrigando-os a ir contra nossa própria natureza, como as que sentimos nos dias atuais, principalmente nos corredores políticos, onde o arcaico colide com o futuro que está chegando impulsionado pela evolução da vida que nos obriga a mudar o rumo. Pode parecer cruel, mas o objetivo é nada mais do que a preservação de si mesmo. Mas, de repente, a mudança em nossa vida que deveria parecer maravilhosa pode se tornar numa traição. Não se espante. O novo ainda sofre a resistência da ignorância de um povo sem cultura, com raízes no sórdido e maquiavélico lixo jogado em nossas fronteiras, o que leva muitos a, na confusão mental, optar pelo antigo para não correr o risco do desconhecido.

Essa força, a evolução, não é sentimental. Conhece apenas os fatos verídicos da luta da vida contra a morte. Tudo que se pode fazer é esperar, pois quando tiver servido às suas necessidades, ainda restará um resquício da vida que antes conheciamos. Este é um processo imperfeito e, muitas vezes, violento. Uma batalha entre o que existe e o que está para nascer. No meio destas duas extremidades, a moralidade perde seu significado e a questão de bem e mal é reduzida a pó, fundindo-os em um só corpo no intuito de vencer; uma vitória programada que culminará no fracaso da estrutura que se bate contra o destino da extinção.

Se desejamos mudanças precisamos dar margem à evolução para que ela faça o seu trabalho. Os dias não param, as noites continuam, mas podemos fazer a diferença entre o intuitivo e o evolutivo simplesmente escrevendo o nosso destino através de nossos próprios dedos. Lembrem-se que às vezes perguntas são mais poderosas que respostas, e as respostas surgem como fusão da própria existência. Faça a sua parte para fazer a diferença.
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Texto veiculado no Jornal Novos Tempos em setembro/2008

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