Uma semana antes das eleições, Rubem Braga encontrou o todo vibrante candidato. Cercado de amigos, deu um abraço no cronista e o apresentou ao pessoal: “Este aqui é meu, de cabresto!”.
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Quando estavam sendo apuradas as urnas, Rubem Braga mandou o bilhete: “Meu caro candidato: Você deve ter notado que na minha seção eleitoral você não teve nenhum voto. Palavra de honra que eu ia votar em você; levei sua cédula no bolso. Mas você estava tão garantido que preferi ajudar outro amigo com o meu votinho. Foi o diabo. Tenho a impressão de que os outros eleitores pensaram a mesma coisa. Se você chegar a 300 votos, pode se consolar, que muitos outros terão muito menos do que isso. Sabe de uma coisa? Acho que esse negócio de voto secreto no fundo é uma indecência, só serve para ensinar o eleitor a mentir: a eleição é uma grande farsa, pois se o cidadão não pode assumir a responsabilidade de seu próprio voto, de sua opinião pessoal, que porcaria de República é essa?”.
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“Quer saber de uma coisa com toda a franqueza? Foi melhor assim. Melhor para você. Essa nossa Câmara Municipal não era mesmo um lugar para um sujeito decente como você! É superdesmoralizada. Pense um pouco e me dará razão. Seu, de cabresto, o Rubem.”
O Estado do Paraná
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