domingo, 31 de janeiro de 2010

Haiti: Sinistro Geológico ou produto mais cruel desses processos coloniais?

O verdadeiro terremoto do Haiti foi a sua própria história, agora, evidenciada mundialmente pelo sinistro geológico. A capital do Haiti, Porto Príncipe, situa-se no departamento de Quest, um dos dez do país, que tem cerca de nove milhões de habitantes e faz fronteira, na ilha Hispaniola ou La Española, com a República Dominicana.

Em 5 de dezembro de 1492, Cristóvão Colombo ao viajar para o ocidente atingiu uma grande ilha que mais tarde passou a se chamar São Domingos. Dividida entre dois países - a República Dominicana e o Haiti -, esta é a segunda maior ilha das Grandes Antilhas, com a superfície de 76.192 km² e cerca de 9 milhões de habitantes. Com 640 km de extensão entre seus pontos extremos, a ilha tem formato semelhante à cabeça de um caimão (pequeno crocodilo abundante na região), cuja "boca" aberta parece pronta a devorar a pequena ilha de Gonâve. O litoral norte abre-se para o oceano Atlântico, e o sul para o mar do Caribe (ou das Antilhas).

Cedido pela Espanha à França em 1697, suas terras – há muito inférteis, tornaram-no uma das mais ricas colônias das Américas produzia um dos melhores acúcares do mundo, batendo, no século XVIII, o Brasil em exportações nesse campo. Hoje, cerca de 60% da população é subnutrida e mais da metade dos haitianos vivem com menos de dois reais ao dia em média sendo catalogado como o país mais pobre das Américas, situação que se agravou por conta do processo ininterrupto de “colonização” (usurpação), que não se findou, paradoxalmente, com sua independência, inovadora e sui generis, em 1804, a segunda do continente (a primeira foi a dos Estados Unidos, em 1776) e a primeira liderada exclusivamente por negros, que conquistaram sua liberdade, em 1794 – ao contrário dos negros brasileiros, que foram “alforriados” quase cem anos depois.

O Haiti, disputado pela Espanha e França, antes de sua independência, não teve ao menos os benefícios secundários de uma colonização como a brasileira. Na verdade, sua independência política consistiu num abandono de território. As plantações de cana de açúcar francesas, que fizeram a riqueza de Paris, haviam esgotado o solo, quando Napoleão entregou a ilha à sua própria sorte. O jovem capitalismo industrial então, baseado igualmente na exploração dos escravos, radicalizou as relações de produções, adicionando a elas, então, o racismo e os conflitos raciais, um instrumento econômico, que perpetuou por décadas. Mas, qualquer situação por pior que seja, está sujeita a agravamentos.

Além de toda miséria enfrentada por este povo à deriva desde a independência, em janeiro de 2010 as forças da natureza não tiveram piedade e um terremoto de magnitude 7,0’ na escala Richter atingiu o país, provocando uma série de feridos, desabrigados e mortes - Estimando-se mais de 150 mil mortos. O terremoto de certa forma, é fruto também de política predatória – crônica, em relação ao meio ambiente, já que o país perdeu 98% de suas florestas, fato que vem ocorrendo no mundo inteiro trazendo à tona tragédias anunciadas que se espalham pelo mundo.

Em verdade, o Haiti é o produto mais cruel desses processos coloniais europeus (e americanos), sob a etiqueta “globalização” onde não inclui a totalidade dos valores das diversas civilizações e culturas, mas, ao contrário, impõe um padrão único, a pobreza, o terorismo, o abandono, etc. O Haiti é a vítima da hora. Ele, apesar da comoção mundial que provoca, será ainda palco de disputa geopolítica áspera, onde o que menos importa é sua população, confirmando a Lei de Murphy.

Ademais, a pobreza os empurra para baixo sendo devastados pela política e pelos deuses que parecem não apreciarem os pobres que vivem nesta derra infértil. Paises ricos também sofrem terremotos constantes e não são devastados. Em suma podemos afirmar que de onde vem o problema, os pobres sempre levam o fumo. [Fontes: brasil escola | wikipedia | ultimo segundo]

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